O crédito à habitação voltou a ganhar força em Portugal. Em fevereiro de 2025, foram concedidos mais de 1.236 milhões de euros em novos empréstimos, o valor mais elevado desde 2014.

Portugueses voltam a pedir crédito para comprar casa
Depois de um 2023 marcado pela retração no mercado imobiliário, o início de 2025 traz uma inversão de tendência. Os dados do Banco de Portugal revelam um aumento expressivo na concessão de crédito à habitação.
Este crescimento pode estar ligado à perceção de estabilização dos preços e à expectativa de que as taxas de juro atinjam o seu pico este ano. Muitos portugueses estão a aproveitar para comprar antes de novos aumentos.
Além disso, a pressão crescente do mercado de arrendamento leva muitas famílias a optarem pela compra como solução mais estável.
Taxas de juro ainda elevadas mas mais previsíveis
Embora a Euribor continue alta, a previsibilidade atual do mercado traz alguma confiança aos consumidores. Saber com o que contar nos próximos meses ajuda na tomada de decisões financeiras.
Alguns bancos têm começado a ajustar ligeiramente as suas ofertas, criando opções com spreads mais baixos ou bonificações para quem transfere o crédito.
Clientes com perfis mais sólidos conseguem melhores condições, mesmo em cenários de incerteza, o que também contribui para o aumento de novos contratos.
Jovens adultos a liderar nova vaga de pedidos
Muitos dos novos contratos de crédito foram pedidos por jovens entre os 25 e os 35 anos. Este grupo começa agora a consolidar-se no mercado de trabalho e procura estabilidade habitacional.
Os programas de apoio à habitação jovem, como o apoio ao arrendamento ou a bonificação de créditos para primeira habitação, estão a criar novos incentivos para a compra.
Apesar das dificuldades, esta geração demonstra confiança no longo prazo e começa a apostar na aquisição de imóveis como forma de garantir futuro.
Famílias a trocar arrendamento por compra
Com rendas a bater recordes em Lisboa, Porto e Algarve, muitas famílias perceberam que, apesar das taxas de juro, a prestação mensal do crédito pode ser mais vantajosa.
A possibilidade de amortização antecipada sem penalizações e a previsão de futura descida das taxas também são fatores que pesam na decisão.
Este movimento tem impacto direto na procura e valorização dos imóveis em zonas periféricas, onde os preços ainda são mais acessíveis.
Regresso da concorrência entre bancos
Após um período de maior cautela, os bancos estão novamente a disputar clientes com campanhas e condições diferenciadas.
Ofertas de isenção de comissões, avaliação gratuita do imóvel e redução de spreads estão a tornar-se mais frequentes.
Este novo dinamismo favorece o consumidor, que agora encontra um leque mais variado de soluções para concretizar o sonho da casa própria.
Cuidados ao contratar crédito neste contexto
Apesar da melhoria do mercado, é essencial analisar bem as propostas. Comparar taxas, seguros obrigatórios e condições de revisão é fundamental.
Utilizar simuladores e pedir aconselhamento junto de especialistas pode evitar surpresas desagradáveis.
Planear a longo prazo, prever variações de taxa e manter uma reserva financeira continuam a ser recomendações importantes.
Perspetivas para o restante do ano
Com a estabilização esperada da política monetária do BCE, o mercado de crédito pode continuar em recuperação nos próximos meses.
Especialistas apontam para uma leve descida nas taxas no segundo semestre, o que pode impulsionar ainda mais a procura.
No entanto, o acesso à habitação continuará a ser um dos maiores desafios para a classe média e jovens adultos em Portugal.
Conclusão: Recuperação com cautela no crédito à habitação
O crescimento do crédito à habitação em 2025 sinaliza uma recuperação do mercado, mas o contexto ainda exige atenção.
Taxas altas, pressão do custo de vida e limitações de oferta continuam a desafiar os compradores.
Com informação e planeamento, é possível encontrar oportunidades mesmo em tempos de incerteza.
👉 Consulta os dados do Banco de Portugal sobre crédito à habitação
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