Com a entrega da declaração do IRS a decorrer entre abril e junho, muitos portugueses já se preparam para uma surpresa menos agradável: um reembolso mais baixo do que em anos anteriores. A culpa? Alterações nas tabelas de retenção em 2024.

Porque é que o teu reembolso pode ser mais baixo este ano
Em 2024, entraram em vigor novas tabelas de retenção na fonte. Na prática, isso significou que muitos trabalhadores descontaram menos todos os meses. A boa notícia foi o aumento do salário líquido. A má notícia chega agora: menos imposto pago ao longo do ano significa também um reembolso mais pequeno.
Este ajuste nas tabelas teve como objetivo aproximar o desconto mensal do valor real do imposto devido. Ou seja, o Estado passou a “acertar contas” mês a mês, em vez de devolver no final do ano.
Para muitos contribuintes, principalmente os que não têm filhos ou grandes despesas dedutíveis, isso pode significar um impacto direto naquilo que esperavam receber de volta.
As deduções continuam a fazer diferença
Apesar de um cenário menos generoso, ainda há forma de reduzir o valor a pagar ou aumentar o que podes reaver. As deduções continuam a ter um papel importante no cálculo do IRS.
Gastos com saúde, educação, rendas, lares, pensões de alimentos, despesas gerais familiares e até o IVA de restauração ou cabeleireiros continuam a contar para baixar a fatura.
Certifica-te de que tens todas as faturas com NIF registadas no portal e-fatura e valida os documentos antes da entrega da declaração.
Como maximizar as deduções familiares
Famílias com filhos têm direito a benefícios adicionais. Desde deduções fixas por dependente até percentagens de despesas com saúde e educação, estes valores somam pontos na hora de calcular o imposto.
Mesmo em casos de guarda partilhada ou famílias monoparentais, há regras específicas que podem fazer diferença. Por isso, é essencial verificar se os dependentes estão corretamente identificados no portal.
Outro ponto importante: não deixes de incluir despesas dos filhos mesmo que não tenhas fatura em teu nome. O NIF do menor também conta.
O papel dos Planos Poupança Reforma (PPR)
Se tens um PPR ativo, podes usá-lo para deduzir parte do valor investido. O benefício varia conforme a idade e o montante aplicado.
Contribuintes até aos 35 anos podem deduzir até 20% de um máximo de 2.000€, o que pode significar um alívio considerável no imposto.
Mesmo sendo um benefício menos falado, os PPR continuam a ser uma das formas mais eficazes de reduzir o IRS de forma legal e inteligente.
IVA da restauração, mecânicos e cabeleireiros
Sabias que podes recuperar parte do IVA de faturas emitidas em determinados setores? Restaurantes, oficinas, cabeleireiros, ginásios e veterinários entram nesta lista.
Ao pedires sempre fatura com NIF, estás a acumular créditos que depois se refletem no IRS.
Este benefício é automático, mas depende da validação das faturas no portal até 25 de fevereiro do ano seguinte.
Novidades no IRS automático
O IRS automático continua a ser uma opção para milhares de contribuintes, especialmente quem tem rendimentos simples e sem grandes deduções adicionais.
No entanto, aceitar o IRS automático sem rever os dados pode sair caro. Por isso, verifica sempre se as deduções estão completas e corretas.
Se encontrares algum erro, podes corrigir e entregar a declaração tradicional, que continua disponível para todos os contribuintes.
Gestão financeira: um aliado no reembolso
Uma boa organização ao longo do ano é meio caminho andado para um IRS mais vantajoso. Controlar despesas, guardar faturas e utilizar ferramentas de gestão pessoal pode fazer toda a diferença.
Hoje em dia, há aplicações que te ajudam a acompanhar as despesas dedutíveis e a preparar-te para a declaração de forma automática.
Se mantiveres o hábito de controlar os teus gastos, vais notar que o reembolso (ou a fatura a pagar) deixa de ser uma incógnita.
Simuladores online: usa antes de entregar
O portal das Finanças disponibiliza simuladores atualizados que ajudam a prever o valor a pagar ou a receber. Aproveita-os antes de submeter a declaração.
Estes simuladores permitem comparar diferentes cenários: com e sem deduções, com partilha de dependentes, ou com PPR.
Assim, podes decidir com mais informação e até evitar surpresas desagradáveis.
O que fazer se tiveres de pagar
Nem sempre há reembolso, e em alguns casos podes ter de pagar IRS. Se for esse o caso, tens opções para facilitar.
É possível dividir o pagamento em prestações mensais, desde que peças esse fracionamento dentro do prazo.
O importante é não deixar passar a data de pagamento, pois os juros e coimas são elevados.
Cuidados com o phishing nesta altura do ano
Com a entrega do IRS vem também o aumento das tentativas de fraude. Emails e SMS falsos a pedir dados bancários ou com links suspeitos são cada vez mais comuns.
As Finanças nunca pedem dados confidenciais por email. Se receberes algo estranho, confirma sempre no portal oficial antes de responder.
Mantém-te atento e não forneças informações sensíveis fora dos canais seguros.
Conclusão: menos reembolso, mais estratégia
Este ano, o IRS pode trazer um valor mais baixo de volta, mas isso não significa que não possas tirar proveito da declaração.
Com atenção às deduções, boa organização e uso das ferramentas disponíveis, é possível minimizar o impacto e até garantir um reembolso mais justo.
👉 Consulta o site oficial das Finanças para mais informações.
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