Abril de 2025 começou com destaque para várias movimentações no setor financeiro português. Desde decisões políticas até mudanças no poder de compra e na atuação de instituições reguladoras, o panorama é intenso. Vamos ao resumo completo.

Reforma das Finanças Vetada por Marcelo Rebelo de Sousa
O Presidente da República vetou a proposta de criação de uma nova entidade pública para modernizar a estrutura administrativa das Finanças. A decisão foi recebida com surpresa no meio político e financeiro.
Apesar do veto, os licenciados que já estavam em transição para a nova carreira manterão o processo, mas sem direito ao prémio anteriormente previsto. Isto gerou algum desconforto entre os profissionais da área.
O governo poderá reformular o diploma, mas o futuro desta reforma continua incerto, deixando dúvidas sobre a eficiência do atual modelo administrativo das Finanças.
470 Mil Portugueses Entregam IRS no Primeiro Dia
O Portal das Finanças registou um número recorde de entregas de declarações de IRS logo no primeiro dia da campanha de 2025: foram quase 470 mil submissões.
A elevada adesão demonstra a crescente digitalização dos contribuintes e o empenho em antecipar possíveis reembolsos. O prazo de entrega vai até 30 de junho.
As liquidações devem estar concluídas até 31 de julho e os reembolsos serão pagos até 31 de agosto, segundo a Autoridade Tributária e Aduaneira.
Banco de Portugal Mantém Reserva Contracíclica Nula
O Banco de Portugal decidiu manter a reserva contracíclica dos bancos a 0%. Esta medida visa preservar a estabilidade financeira e garantir liquidez no sistema bancário.
A expectativa é que esta reserva suba para 0,75% em 2026, conforme planeado anteriormente. Por agora, o regulador entende que ainda não existem riscos que justifiquem o aumento.
A decisão foi bem recebida pelo setor bancário, que continua a adaptar-se às novas exigências de supervisão e sustentabilidade financeira.
Inspeção-Geral de Finanças Identifica 2,3 Mil Milhões Mal Aplicados
A IGF (Inspeção-Geral de Finanças) auditou mais de 20 mil milhões de euros de dinheiros públicos em 2023. O relatório revelou que 2,3 mil milhões foram mal aplicados.
As auditorias destacam problemas em contratos públicos, subsídios e execução de fundos comunitários, com forte impacto na confiança dos cidadãos nas instituições.
O governo promete maior fiscalização e responsabilidade, mas associações civis alertam que o problema é recorrente e exige medidas estruturais.
Ganhos de Poder de Compra em Portugal Devem Estagnar até 2026
As previsões da Comissão Europeia indicam que Portugal terá o quarto pior desempenho na evolução do poder de compra dos salários até 2026.
Apesar dos aumentos salariais nominais, a inflação e os encargos com crédito e habitação anulam os ganhos reais. Isto pressiona a vida financeira das famílias portuguesas.
O cenário aponta para um desafio profundo: garantir crescimento económico com impacto positivo no rendimento disponível da população.